Sorbet de Frisco laranja

Meu primeiro contato com sorbet foi durante um jantar muito sofisticado, servido à francesa na casa de um amigo de meu pai que era Adido Cultural da Suíça no Brasil. Eu era pré-adolescente (teria uns 11 anos) e fiquei encantada, ao mesmo tempo intrigada, com aquele “sorvete” que foi servido entre os pratos salgados.

Nunca havia estado antes num ambiente tão elegante e aristocrático. Não entendi muito bem quando serviram outro prato salgado após aquele “sorbet de água de rosas”. Mais tarde, me explicaram que a função dele era limpar o paladar para o próximo prato; não era uma sobremesa. Da mesma forma que os japoneses fazem com o nabo e o gengibre para degustar os diferentes sabores dos peixes do sashimi.

Hoje a reputação do sorbet mudou. Ele é servido também como entrada, sobremesa e “como dizem os franceses “amuse-bouche” (pequenos e delicados beliscos antes das refeições). Marco Polo teria trazido a receita da China para a Europa, que era feita de neve, suco e polpa de frutas. Da Itália para França foi levada pelas mãos de Catherine de Médicis quando deixou a Itália para se casar com o Duque de Orleans em 1533. Os franceses são responsáveis pela tradição de usar o sorbet para limpar o paladar entre aos pratos de uma refeição.

Ele se diferencia da granita que é também congelada, porém quebrada com garfo na hora de servir. O sorbet é mais cremoso, por ser batido algumas vezes durante o congelamento.
Vamos aproveitar esse calor senegalês para se refrescar com um bom e velho sorbet?