Sopa de cenoura

No último dia da das mães, meus filhos me deram de presente um globo que eu desejava há tempos. O objeto de cena está sempre presente em filmes que retratam o século 19.  Normalmente está em bibliotecas emadeiradas, com lombadas de livros até o teto, astrolábios, telescópios e outras “traquitanas” que já traduzem a personalidade do personagem. Alguém observador e curioso que passa a vida tentando desvendar os mistérios do universo.

Esse imprescindível objeto que faltava em meu escritório veio com o seguinte cartão: “Querida mamãe, aí vai o Google Maps analógico que você tanto queria. Aposto que deve ter uma sopa incrível na Rússia“! Bom, além do deboche geek, a menção à sopa é por conta de minha obsessão pelo prato quando bate o primeiro friozinho do ano. Mas esse Google Maps pré-histórico se presta a uma deliciosa brincadeira: fechar os olhos, rodar e apontar o dedo. Onde ele parar será meu próximo roteiro de viagem.

Claro, entre as paredes de meu estúdio, principalmente quando preciso entregar o imposto de renda.  Enquanto meus neurônios passeiam pela Ilha Hainán (com vista para Vietnã e Macau), fico imaginando o que os moradores desse território desconhecido até pelo Google, estariam fazendo em suas cozinhas. Suspeito que essa ilha não seja farta em cenoura, mas terá certamente gengibre.

E aí vai a minha receita, deliciosa. E não é que esse mundo analógico ainda encoraja nossa imaginação?