Esse é um clássico do Natal em minha família. Minha mãe aprendeu com sua irmã, quando morou em Andradina, cidade paulista criada a partir da fazenda Guanabara do fazendeiro Antonio Joaquim de Moura Andrade em 1932. Seu apelido era Rei do Gado, por ser o maior criador da época no Brasil. Ele conseguiu que fosse construído um novo ramal ferroviário, ordenado pelo então presidente Getúlio Vargas entre as Estações Araçatuba e Três Lagoas, na Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (a Variante). A cidade foi toda programada com implantação de luz elétrica a diesel, instalações comerciais e até um banco de propriedade de Moura Andrade.
Minha tia Sara foi acompanhar seu marido, o mineiríssimo tio Geraldo, que seria um dos primeiros juízes da cidade. Mamãe tinha acabado de se formar na escola normal e pra lá se foi morar com minha tia e ministrar aulas para os filhos de trabalhadores das fazendas. Meu tio Geraldo, órfão muito cedo de mãe, havia sido criado pela ama de leite “Mariazinha”. Foi ela que ensinou inúmeros “quitutes” para minha tia, a missão era agradar o paladar exigente de meu tio.
Minha mãe aprendeu muitas receitas nesse período. E esse pudim é uma delas. Imagino que “Mariazinha” mineira de Pouso Alegre, tenha trazido em sua bagagem os hábitos portugueses. Afinal, pudins, amêndoas e tantos ovos, só pode nos remeter a doçaria conventual. Esse pudim é de comer de joelhos! Optei em substituir o café por cappuccino para testar nova versão e ficou muito bom. Também pode ser feito com uma xícara de leite e uma de café.
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