Praire Oyster

Se a cura da ressaca é vista como um tesouro inatingível para os amantes do álcool, o Prairie Oyster (literalmente, Ostra da Pradaria) pode muito bem ser o Cálice Sagrado. Como final de ano é a época dos excessos, vai aí a minha versão. As origens desse coquetel são difíceis de rastrear, mas uma das menções mais antigas está no conto “Jeeves Takes Charge” (Jeeves vai ao comando), de P.G. Woodhouse, publicado no Saturday Evening Post em 1916. Nele, o mordomo Jeeves vê o estado de embriaguez de seu mestre e prepara um drink com molho inglês, um ovo cru e pimenta vermelha. Apesar de explicar a receita, nenhum nome é dado à bebida.

Essa base parece recriar a maioria das versões posteriores, que normalmente envolvem molho inglês, uma gema de ovo inteira (que daria a consistência de ostra ou testículos, já que “Prairie Oyster”, informalmente, é uma referência aos órgãos reprodutores bovinos), algo apimentado e algum componente alcoólico. Essa última adição deve fazer parte da folclórica cura para ressaca: “hair of the dog that bit you” – literalmente, o pelo do cachorro que te mordeu – sugerindo que uma das melhores armas para combater os efeitos do álcool é… mais álcool… Ou” fogo de encontro”.

O Prairie Oyster rapidamente se tornou um ícone cultural, aparecendo em filmes, livros e desenhos animados célebres – mencionado em James Bond, De Volta para o Futuro e Cowboy Bebop. Já testei as versões com Tabasco e molho inglês, sem salsão e com folhas de hortelã e salsinha. Funciona sempre “no dia seguinte”. Claro que é muito importante ingerir muita água também.

A idéia de colocar café e wasabi foi intuitiva. O café por ser estimulante e o wasabi por colocar nossos sentidos mais do que em alerta. Não comece seu primeiro dia do ano de ressaca. Praire oyster nele!