Experimentei o melhor preparo deste clássico da cozinha caiçara na cidade de Paraty. Gosto dessa receita sem pimentões, pois os sabores da banana da terra e o do peixe estão em completa harmonia.
Todo mês de julho, há nove anos, Paraty abriga escritores do mundo todo numa festa divertidíssima para quem adora imersão literária (Flip) e, como eu digo, chafurdar entre os livros. Este é o momento de tietar aqueles escritores queridos, conhecer os que só vemos nas estantes e desvendar os bastidores do ofício.
Normalmente a abertura da Flip começa com um homenageado, geralmente um escritor consagrado e o destaque deste ano foi Oswald de Andrade. Paulistano, foi considerado “agitador cultural” antes mesmo que esse termo houvesse sido inventado. Inverteu em seu “Manifesto Antropófago” a bússola de nossa cultura que só apontava para o velho continente. Inaugurou, assim, o modernismo no Brasil, semente do Tropicalismo.
“Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupi, or not tupi that is the question.(…)” Oswald de Andrade, Manifesto Antropófago.
A antropofagia proposta por Oswald nada tem de canibalismo, mas sim um pressuposto simbólico para absorver o mundo, triturá-lo e recompô-lo. Nosso peixe é um exemplo disso: meio índio, meio escravo e um tanto português. Promove deliciosamente esse símbolo tão atualizado de nossa cultura primitiva em nossas mesas.
Ingredientes
• 1 kg de peixe em postas (Namorado, Badejo ou de sua preferência)
• 1 litro de caldo de peixe
• 3 tomates sem pele cortados
• 1 cebola grande picada
• 3 bananas da terra
• 1 maço de coentros
• 2 dentes de alho amassados
• 1 colher (chá) de tempero D. Clara sem cominho (ou pimenta do reino)
• 1 limão
• Sal a gosto
• Óleo para refogar
• Farinha de mandioca grossa (para o pirão)
Modo de Preparo
Tempere o peixe com tempero D.Clara, sal e limão e alho.
Refogue bem a cebola e o tomate numa panela.
Acrescente o caldo de peixe e as bananas da terra. Tampe a panela e cozinhe por alguns minutos.
Acrescente o peixe e cozinhe por mais 15 minutos em fogo baixo. Tome cuidado para o peixe não passar do ponto ideal de cozimento.
Acrescente o coentro.
Depois de pronto, retire um pouco do caldo e faça um pirão com a farinha de mandioca. Amasse uma banana no pirão depois de pronto et voilá. Um pedaço de Paraty em seu prato!
Fiquei babando com esta receita! Adoro a combinação brasileiríssima de banana-da-terra, coentro e peixe! Parabéns! beijso
Olá Stela,
É uma A receita brasileiríssima e ficou perfeita, assim como as fotografias, adorei, está em total harmonia.
Parabéns.
Uma receita muito tradicional da culinária caiçara, num modo de preparo delicioso. Vamos preservar nossas raízes. Parabéns
Este prato é delicioso!
Na América Central usam bananas verdes, que dá a coloração azulada ao prato. Mas assim, a moda brsileira deve ficar muito bom, vou experimentar. Brigadão pela dica.
Sou do litoral norte de sp, na verdade a banana tem que ser Verde e não madura, fica uma delicia…. abraço
Opa! Obrigada pela dica Kaka!
Abraços!
Banana verde, panela de ferro!
Olá pessoal!
usei banana verde, em panela de ferro…. não percebi o azul… será que errei alguma etapa da receita? Vocês conseguiram a tonalidade azul?
Super Abraços!