Mousse de maçã verde

“Sustente-me com passas, conforte-me com maçãs, porque desfaleço de amor” – Cântico dos Cânticos do livro Conforte-me com maçãs, de Ruth Reichl.

Quando pensei nessa receita, o título do livro auto-biográfico Conforte-me com maçãs da editora chefe da Revista Gourmet, Ruth Reichl, reverberava em minha cabeça. O texto é delicioso e apresenta muitas recordações, referências gastronômicas e histórias divertidas. Ela que também é responsável pela crítica gastronômica do New York Times e Los Angeles Times aborda um tema riquíssimo, afinal, a maçã é uma das frutas mais icônicas do mundo.

Considerada uma das primeiras árvores frutíferas a ser cultivada pelo homem, a maçã moderna é resultado de milhares de anos de seleção. Atualmente é plantada nos quatro cantos do mundo. Seus benefícios á saúde foram imortalizados pelo provérbio inglês que afirma que “comer uma maçã por dia mantém o médico distante”. Apesar do seu baixo nível de vitamina C e fibras quando comparada com outras frutas, ela é extremamente rica em antioxidantes.

Seu uso na culinária também é extenso, marcado por uma rica história em pratos das mais diversas culturas. Ganhou espaço através da história por uma questão etimológica: a palavra grega e latina usada hoje para a fruta era sinônimo para qualquer fruta estrangeira.

Alguns historiadores sugerem que os renascentistas, grandes estudiosos de arte grega, teriam usado isso para influenciar sua decisão de pintar o fruto proibido do Velho Testamento como uma maçã. Os pomos dourados da Árvore da Vida, vistos na lenda dos trabalhos de Héracles, eram representados pelas maçãs da fertilidade. Presente na mitologia nórdico-germânica, a fruta marca também outras aparições históricas que permearam sua imagem como um forte arquétipo. Ela ilustra marcas famosas como o selo que distribuía os discos dos Beatles e a desenvolvedora de computadores que criou o iPod.

E de tanto falar nela… deu uma vontade de comer uma sobremesa de maçã!