Receitas

Filé de bacalhau

Que tal comer bacalhau sem culpa? Graças a uma iniciativa brasileira, um dos maiores peixes da Amazônia – o pirarucu – poderá ser encontrado nos mercados com pinta e gosto de bacalhau: seco e salgado. O projeto é da comunidade ribeirinha do Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, cuja pesca é controlada pelo governo do Amazonas. Encontrei este artigo que diz que o Grupo Pão de Açúcar já comprou a ideia e garantiu cinco toneladas do peixe para a ceia de Páscoa. Bom, né?!

Esse miraculoso plano B, que já encanta os chefes brasileiros, pode amenizar o processo de extinção do gadus morhua (bacalhau). Assim como outros países, diminui-se a trama das redes para evitar a pesca durante a época de reprodução.

Quando os vickings espertamente desidrataram o peixe no sec VIII, tornaram o alimento customizado para grandes navegações sem necessidade de refrigeração. Não é coincidência que os portugueses o adotaram em suas longas explorações marítimas. A comercialização começou a ser feita pelos bascos, que usaram sal para curá-lo e vendê-lo e acabou despertando o interesse em todo continente europeu. Inclusive, chegou até a fomentar disputas conhecidas como Guerra do Bacalhau em meados dos anos 1920.

No Brasil, ele chegou com a família real no século 19 e é um hábito quase sagrado de consumo na sexta feira que precede a Páscoa até hoje. Adoro o pescado e coleciono receitas. Inclusive, tenho um livro raro de uma confraria basca que se reúne anualmente para degustar o peixe. Agora, com o auxílio luxuoso do pirarucu, nós brasileiros poderemos contar com o delicioso achado vicking sem contribuir para o extermínio do regalo.

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