Pode parecer contradição falar de uma bebida pouco popular nas mesas brasileiras e recomendada para os dias bem frios. Mesmo assim achei interessante citar esta receita, que está em todos os filmes norte-americanos que celebram as festas de fim de ano. Papai Noel e neve são personagens presentes em seriados e filmes, mesmo quando estamos sofrendo com o calor tropical de nosso Natal. Foi pensando nisso que decidi falar sobre a bebida que é apresentada de forma equivocada como “gemada” para os brasileiros. Essa analogia não poderia ser pior. O Eggnog tem uma consistência líquida e muitas vezes acompanhada de álcool, bem diferente da nossa gemada.

Apesar de ser popular nos EUA e Canadá, acredita-se que a receita tenha suas origens na Europa em forma de ponche, que utilizava ovo como ingrediente. Provavelmente o vinho usado na Europa pode ter sido trocado por rum ao chegar à América, reforçando a teoria de alguns etimologistas de que o nome se originou de “Egg and Grog”. Outros dizem que o nome da receita surgiu do termo “Noggin”, referência ao copo usado. Seja qual for sua origem, seu antepassado sobreviveu na Inglaterra como o coquetel Egg Flip.


Essa bebida era exclusividade dos abastados, já que conseguir leite para misturar com ovos era algo difícil para os mais pobres. O drink era finalizado com alguma bebida alcoólica. Na América colonial do século 18 esses ingredientes eram acessíveis, bem como o rum. A partir de 1960 ele começou a ser servido em versões servidas frias e sem álcool.

A versão moderna do eggnog compreende na mistura de leite e/ou creme de leite com açúcar, ovo cru e especiarias (como noz moscada e canela). Ele pode ser encontrado pronto nos supermercado norte-americanos durante os meses frios nas duas versões: com e sem álcool. Apesar desta facilidade, muitos tradicionalistas preferem fazer seu próprio Eggnog em casa, já que o uso dos ovos foi reduzido ou até eliminado de muitos produtos comerciais por exigência das autoridades de saúde.

Minha nora sempre prepara essa bebida nas comemorações de Natal e meu filho a coloca na família dos milkshake. Considerando que ela se dispôs a tantas variações durante séculos, preparei minha receita mais que tupiniquim: com café e cachaça. Adorei! Querem me acompanhar?

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