Esse bolo é uma delicia, mas hoje vou falar da minha cidade, que fez aniversário ontem.
Paulistanos e residentes muitas vezes contribuem para a baixa auto estima da cidade, exaltando sempre suas mazelas. Ok, muita coisa a se fazer, como resolver o problema das enchentes, do crack, trânsito e violência. Tá, a arquitetura “de alto padrão” homenageando gregos e romanos que viviam em solo de Piratininga antes da colonização portuguesa (quem será que compra um apartamento desses e ainda acredita nisso?) ainda me assusta. Mas o que atrai tantas pessoas para cá?
Certamente não é só o dinheiro e a oferta de empregos. A diversidade étnica da população confere a deliciosa gama de tons só encontrada nas metrópoles. O enorme Chinatown, que é mais um Japatown tem encantos para garimpar em cada cantinho. A cena da alta /baixa gastronomia é uma das melhores do mundo. Para uma glutona assumida como eu, a melhor. Meus amigos estrangeiros se deliciam quando chegam aqui, loucos por um pastel de feira ou uma coxinha. E as padocas então? Tem coisa melhor que sair da balada e cair direto numa padaria?
A média com o pãozinho crocante estalando, a manteiga derretendo, levanta defunto. Chapeiros e feirantes são a versão paulistana dos barmen hollywoodianos. Bem humorados ouvem compenetrados suas aflições, fazem observações bem mais eficazes que livros de auto-ajuda e ainda te chamam de menina! Mesmo que tenha passado dos 50.
E a comida árabe então! Só não bate em qualidade com os países de origem. Tente achar uma esfirra ou um quibe em N. York, ou mesmo nos países centrais da Europa. Só faláfel e olhe lá. Tem a Livraria Cultura, a Martins Fontes onde se pode degustar um espresso e trocar figurinhas literárias ou cinéfilas/musicais com qualquer vendedor. A Mostra de cinema, o Museu da Língua Portuguesa, o nome parece chato, mas dá pra ter epifanias lingüísticas em suas instalações. Acho que posso estar sofrendo de um patriotismo crônico e de uma “síndrome gastronômica cultural”, sendo tão admiradora desse patinho feio das cidades. Mas ela ainda é jovem e pode se transformar num cisne qualquer dia.
Ingredientes
• 6 ovos
• 2 colheres (sopa) de café instantâneo 3 corações
• 6 colheres (sopa) de Claralate ou chocolate em pó
• 8 colheres de açúcar (100 gr)
• 2 colheres (sopa) de manteiga
• 100 gr de coco ralado fino
• 1 colher (sopa) de fermento em pó
• 1 colher (chá) de essência de baunilha
• 1 pitada de sal
Modo de Preparo
Bata os ovos, o açúcar, a manteiga, chocolate, café e o sal no liquidificador.
Acrescente o coco e bata mais um pouco.
Por fim, acrescente o fermento e misture delicadamente sem bater. Asse por 30 minutos a 160ºC graus durante meia hora. Sirva ainda quente com uma bola de sorvete de creme.
Dica: use uma forma sem furo untada. Você pode usar coco de supermercados, mas in natura deixa o bolo mais molhadinho.
Parabéns pela receita Stela. Sugestão excepcional. Acabou rapidinho… rs
Receita simples, prática e extremamente saborosa!
Stela, querida, adorei o texto. Também sou fã incondicional desta nossa cidade. A receita vou testar no próximo final de semana. Pelo jeito deve ficar ótima! beijos!