Os grandes nomes do café na França

Não só de artesãos se faz um mercado cafeeiro e isso não seria diferente em solos franceses. Visitei algumas pequenas cafeterias que compram de empresas locais de torrefação e vi de perto o cuidado e a paixão desses profissionais enquanto trabalham. Mas sejamos realistas com um olhar macro: não se pode atender tanta demanda com pequenos fornecedores, o mercado exige um volume maior de grãos. E é neste momento que a indústria entra em ação. Dentre as grandes marcas estão Malongo, Maison Du Café, Jacques Vabre e os italianos Lavazza e San Marco. Estes é que são os gigantes do café na França, cada um com seu diferencial e defeito, cada um disputando cada centímetro de gôndolas e de xícaras.

Sendo assim, o cenário se resume em: de um lado, a produção personalizada cuja origem e graus de torrefação são controlados e gerenciados de forma quase manual. Do outro, grandes companhias que precisam automatizar sua produção e comprar cafés de diversos produtores para atender a grande demanda. Qual o melhor? Bem, existe consumidor para os dois perfis. O cliente que prefere saber de onde vem cada produção e gosta de saborear as diferenças do café e o outro que está preocupado em tomar o café ou aquele que não quer/pode investir um pouquinho mais em café diferenciado.

A diferença de números, tanto de produção quanto de venda, é gritante. Enquanto uma empresa de torrefação média torra 150 kg em 20 minutos, uma grande empresa torra 190 kg em 3 minutos. Impressionante, não? O mais curioso de tudo é que a França não planta café. Seu clima não permite o desenvolvimento da planta e, por isso, o país depende exclusivamente da produção alheia. Portanto, grãos de diversos países de diferentes continentes são consumidos pelo mercado francês. Algumas empresas têm o cuidado de mostrar ao consumidor os países envolvidos em cada blend e outras simplesmente misturam tudo e vendem por um preço menor.

Meu interesse por estas marcas aumentou depois de uma visita ao supermercado. Foi exatamente na seção cafés que decidi escrever este post e agora, que você conhece um pouco o cenário geral, poderá fazer “visita guiada” quando for para a França.