Apesar de já existirem mudas de ervas para chá em Portugal desde o século XIX, até 1843 não havia nada que pudéssemos chamar de plantação. Foi nessa época que nasceu, em terras lusitanas, a conhecida Ilha do Chá. Localizada no arquipélago de Açores, a Ilha de São Miguel é o berço do cultivo da bebida em toda a Europa.
Após o declínio das produções de laranja, os agricultores da ilha se depararam com uma série de culturas que não sabiam lidar – a exemplo do chá. As autoridades locais decidiram contratar dois chineses para dar aulas sobre como produzir as ervas. Em 1878, Lau-a-Pan e Lau-a-Teng desembarcaram com o objetivo de ensinar a todos como administrar uma boa plantação. Pelo visto, conseguiram.
A primeira colheita feita após a chegada dos chineses rendeu algo próximo a 8 kg de chá verde e 10 kg do preto. O número subiu para 5.000 kg e, depois, para 80 toneladas em apenas cinco anos. Em 1898, as ervas passaram a ser comercializadas e todos os agricultores da região depositavam confiança na dupla de Laus. Na primeira metade do século XX, já existiam diversas plantações (que exportavam centenas de toneladas das plantas para o mundo) e cerca de seis fábricas industrializadas.
A felicidade na ilha do chá prosperou durante muitos anos, até que restrições às exportações durante as duas grandes guerras fizeram com que os produtores focassem em culturas de subsistência. Foi aí que as plantações de chá perderam vez para a criação de gado e, das seis grandes fabricantes, apenas uma continuou de pé: a Gorreana.
Até hoje a marca comercializa chás e é prova viva de um tempo que já passou, quando a Ilha de São Miguel era coberta por plantações e o chá era a esperança de todos por uma vida melhor.
Por: Lucas Tavares
Imagem: Mundo Lusiada e Acervo Gorreana
Que lugar lindo…..terei q passar pelo menos 3 meses em Portugal pra conhecer estes lugares….
Olá Ildinha.
Também já adicionamos o local como um de nossos destinos quando estivermos pela Europa.
Obrigado pelo comentário, abraços.