Afinal, chimarrão é chá?

Como contamos aqui, os chamados chás clássicos são aqueles provenientes da Camellia sinensis – como o branco, verde, vermelho, preto etc. As outras versões são, na verdade, misturas ou blends das ervas acima com folhas, raízes, caules e outras partes de algumas plantas. Apesar de ser apenas uma infusão, o chimarrão tem sua importância cultural e, claro, sensorial dentro do Brasil (principalmente no sul do País). Quer saber mais sobre ele?

O chimarrão é uma infusão que leva a erva da árvore Ilex Paraguariensis, ou seja, a erva-mate. Segundo a lenda, seu descobrimento aconteceu da seguinte forma: um homem branco apareceu certo dia no acampamento de uma tribo indígena nômade, que havia se instalado perto do rio Tambay, no Paraguai. Os indígenas, em forma de respeito, deram ao visitante muita comida e hospitalidade.

Estes índios acreditavam que este homem era enviado do Deus do Bem (Tupã) que, em agradecimento, deixou de presente uma companhia aos dias solitários na floresta. Assim nasceu a primeira árvore da erva-mate, que ficou aos cuidados de um dos índios mais velhos e sábios da tribo. Desta forma, surgia o consumo do chimarrão.

A História mostra uma versão menos charmosa, mas parecida com a lenda descrita acima. Segundo os estudiosos do período, os colonos espanhóis que cuidavam dos gados utilizaram a mão de obra dos índios e, estes, absorveram o hábito de consumir a bebida.

A própria palavra mate (matty) significa “cuia” no idioma da tribo quíchua, em referência ao utensílio utilizado no consumo da infusão – juntamente com a bombilla, a união de colher, canudo e coador, típico do chimarrão.

Dá um gostinho a mais saber da história da bebida, não acha? Agora não há mais confusão: chá é chá, chimarrão é chimarrão. E os dois são deliciosos.

Por: Lucas Tavares