Com a crescente demanda por cafés de qualidade, os concursos que elegem a melhor safra e as melhores sacas se popularizaram no Brasil e nos quatro cantos do mundo. São eles os responsáveis por premiar o produtor que se dedicou e investiu em sua lavoura em busca de um café muito bom. Provavelmente você já ouviu falar nos tais concursos, mas você sabe como eles funcionam?
Existem várias versões de concursos aqui Brasil e pelo mundo. Geralmente associações, empresas e cooperativas se organizam para valorizar o produtor que opta em oferecer cafés de qualidade. A Cup of Excellence é um dos concursos mais prestigiados no mundo. Todo ano, ele premia os melhores cafés de vários países como Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Ruanda.
É importante esclarecer que a classificação de um café commodity (café tradicional) é bem diferente da classificação feita nestes concursos. Enquanto no primeiro é feita uma avaliação dos defeitos, os concursos focam os aromas, fragrâncias (perfumes) que lembrem madeira, frutas, chocolates, flores, amêndoas e etc.
O responsável em trazer este evento para o Brasil em 1999 foi George Howell que, na época, era consultor da Organização Internacional do Café (OIC). Ele organizou a primeira rodada de provas, que aconteceu no laboratório da EPAMIG (localizado no Campus da Universidade Federal de Lavras). Este concurso veio como uma grande oportunidade para os produtores de cafés arábica de todo território nacional. Esses cafeicultores puderam mostrar os produtos de suas colheitas e concorreram a prêmios verdadeiramente estimulantes. O sucesso foi tanto, que a qualidade dos cafés brasileiros vem despontando no mercado mundial há 12 anos.
Uma das maiores contribuições deste tipo de concurso é a melhora significativa da qualidade do café especial brasileiro. Eles facilitaram a aproximação de cafeicultores brasileiros com potenciais compradores estrangeiros. Também incentivou a criação de concursos internos: os estados brasileiros produtores de cafés começaram a criar concursos internos de qualidade após a criação do concurso nacional de qualidade.
Como funciona?
Aqui no Brasil, as amostras dos lotes de cafés são enviadas pelos produtores rurais para uma central. Lá, elas são classificadas por provadores brasileiros experientes – júri nacional. Depois desta pré seleção, os grãos aprovados são avaliados por especialistas vindos de diversos continentes – júri internacional.
As amostras são avaliadas seguindo uma metodologia que classifica qualidade global e sensorial. As propriedades de corpo, sabor, doçura e acidez são avaliadas em escala de 0 a 100 pontos.
Os lotes vencedores vão a leilões feitos pela internet, onde compradores do mundo todo possam ter acesso à disputa de aquisição. Existem registros de vendas de mais de R$ 14.000,00 a saca de 60 kg, em uma época em que o dólar estava em torno de R$ 2,2.
Na maioria dos casos, estas compras são destinadas às cafeterias de todas as partes do mundo e os cafés campeões são vendidos como iguarias. No Japão, por exemplo, filas são formadas na frente de cafeterias que comercializam lotes premiados.
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