Vamos começar mais uma série de textos e nosso assunto será sobre as principais pragas que atacam o café. E nada mais adequado do que iniciar falando sobre a Broca do Café (Hypothenemus Hampei), que é uma das pragas que mais causa prejuízo à lavoura cafeeira e ataca exclusivamente essa cultura.
A Broca do Café é, na verdade, um pequeno besouro adulto de coloração escura. Para se ter ideia do tamanho reduzido, a fêmea atinge aproximadamente 1,65mm de comprimento por 0,73mm de altura. A proporção você vê na imagem abaixo.
Ela foi identificada pela primeira vez em São Paulo, no ano de 1924. Seu impacto foi tão devastador que 3 anos depois foi criado até um centro de pesquisas para estudar a praga – o Instituto Biológico, na cidade de São Paulo – hoje destinado à pesquisa tecnológica de agricultura em geral.
A praga se espalha através da fêmea adulta fecundada, que para abrigar seus ovos, faz uma galeria através da polpa e alcança o interior de uma das sementes onde os deposita em pequenas câmaras. Uma vez eclodidos os ovos, novas fêmeas nascem e, ao se alimentarem, destroem parcial ou totalmente os grãos de café.
Uma vez adultas e fecundadas, as fêmeas abandonam a câmara onde se criaram e vão procurar frutos sãos. O ciclo, então, recomeça. Cada uma das fêmeas coloca de 31 a 119 ovos durante sua vida, que dura até 157 dias, em média. Ou seja, uma fêmea pode produzir prole durante os 5 ou 6 meses de uma safra, sendo prejudicial a todas as fases do fruto.
Os principais danos à produção é a perda sensível de peso de cada grão, além de comprometer seu aspecto e sabor. Em casos de grande infestação, o peso perdido chega a ser mais do que 20%, o que numa saca de 60kg, representa 12kg! Os grãos brocados também são considerados defeitos e por isso são inferiorizados na classificação do tipo de café, que é determinado pelo número de defeitos existentes em amostras.
Bibliografia: Boletim Técnico Epamig
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