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Alta do preço do café

Em tempos em que o preço do café sofre diversas alterações de custo e de venda, é comum que o consumidor se pergunte: “Porque o preço do café está aumentando?”. As gôndolas não mentem: um pacote de 500 gramas de café torrado e moído pode variar entre R$ 6,00 a R$ 10,00 reais. E não estou falando de um microlote ou café mais especial!

Para responder esta pergunta, procurei o classificador, provador e corretor de café Eduardo Cavalhaes Jr*. A resposta é simples: o aumento da demanda mundial, a diminuição dos estoques, a valorização do produto unidos às incertezas dos resultados de safras dos principais produtores do mundo são elementos que contribuem para o aumento do preço do café. “Temos que levar em consideração também que todas as commodities sofreram aumento considerável de preços e o café foi o que menos subiu”, esclarece.

Descobri também que grandes empresas brasileiras estão se segurando para não repassar este aumento para os consumidores, mas isso vai acontecer um dia. De acordo com especialistas, isso cairá no bolso a conta-gotas, lentamente.

Recentemente, o site CaféPoint trouxe uma discussão interessante sobre o custo do café. Com o título Café: o consumidor paga mais pelo o quê?, a matéria explica quais iniciativas são estudadas e desenvolvidas para melhorar o agronegócio do café. Indicação geográfica, qualidade, certificação sustentável, certificação orgânica e sustentabilidade são alguns dos elementos que agregam valor à produção, por exemplo. Em outras palavras: com o mercado cada vez mais exigente, o custo da produção também aumentou e o cafeicultor deve repassar isso de alguma forma.

Esta realidade se intensifica quando falamos de cafés especiais ou de microlotes. Já comprei, por exemplo, 250 gramas de café especial que custava R$ 40,00. Amargo no bolso, mas doce no paladar! Infelizmente, este capricho não é freqüente.
A pergunta agora vai além da dúvida expressa pelo CaféPoint, gostaria de saber até que ponto o consumidor está disposto a pagar por um café de mais qualidade. Você arrisca uma resposta?

*Eduardo Cavalhaes Jr é corretor, classificador e provador de café, Diretor do Escritório Carvalhaes Corretores de Café Ltda, Membro da Câmara Setorial de Café do Estado de São Paulo, Membro da Comissão Organizadora do Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café, Conselheiro do Museu do Café.Coordenador da Câmara Setorial de Corretores de Café da Associação Comercial de Santos.

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