Conheci uma pessoa muito especial quando estive na Itália no final do ano passado: a Mônica Kabarite, carioca casada com um legítimo toscano. O casal gentilmente abriu-me sua casa para um delicioso jantar. Enquanto seu marido mostrava-me as fotos do duplo casamento Rio de Janeiro/Firenze, Mônica fuçava em sua biblioteca livros de receitas de café para me oferecer, pois já sabia da minha paixão pelo assunto. Descolou uma jóia patrocinada por uma empresa de café italiana, que além dessa receita do frapé e muitas outras interessantes, falava de pintura, literatura, história e cinema.
Algumas reproduções de pinturas, que estão no simpático livreto, compartilho com vocês: “All Caffé” do pintor vêneto Alessandro Milesi e “Donna com caffettiera” de Paul Cézzane. Apesar da pintura do fim do século XIX já ter se descolado do mero figurativo, essas imagens evidenciam duas cenas quase fotográficas do momento de apreciar a bebida. Gosto de compará-las.
Em “All café” o pintor vêneto retrata uma jovem com o jornal descontraidamente solto no colo, entre goles de café. A cena transmite uma sensação de liberdade num ambiente coletivo que tão bem retrata Paris no começo do século XX. A “senhora com cafeteira” de Cézzane é muito mais intimista. Sentada em sua poltrona num ambiente doméstico, o café que se insinua pela cafeteira e a xícara parece ter sido feito por ela. A natureza de seu olhar é rígida, quase uma natureza morta. Apesar de serem linguagens pictóricas e olhares totalmente diferentes. Nas duas cenas, o momento é o mesmo: a sempre bem-vinda pausa para o café.
Mas não deixem de experimentar o frapé. Afinal, tão emocionante quanto a pintura, é descobrir um novo sabor.
Ingredientes
• 1 espresso 3 corações frio
• 1 xícara de leite gelado
• 1 colher de cacau em pó
• 4 biscoitos de amareto
Modo de Preparo
Bater tudo no liquidificador e sirva com um canudinho. Se quiser pode acrescentar ½ cálice de licor de amêndoas, fica uma delícia!
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