O mundo do café tem bastante motivos para comemorar este ano. Claro que alguns problemas de percurso como quedas de preço da saca e prejuízos com a chuva em algumas regiões entre junho e agosto aconteceram. Porém, no balanço geral, foram doze meses positivos.
Pela minha fraca memória, listei algumas razões para celebrar:
O café coado foi rei – ele não era novidade no filtro de pano da vovó, mas tinha perdido espaço para o glamour do espresso nos últimos anos. Isso até ele ressurgir com diferentes métodos de preparo (Hario 60, Chemex, Aeropress, por exemplo) e ganhar o coração dos consumidores. Sua força é tanta, que muitas cafeterias estão repensando o portifolio para atender a nova demanda. Isso não é mágico? Viva o café coado!
Café e Gastromomia – as observações foram apenas de bastidores, mas elas aconteceram. Sim, os profissionais do café e da gastronomia despertaram e começam a falar em trocas de informações e receitas. Vi, por exemplo, um trabalho bacana que o mestre queijeiro Bruno Cabral fez com a barista Cecília Sanada, que resultou num blend diferente de café com leite (mas isto é assunto para outro post).
Comecei a prestar atenção nisso quando escrevi sobre o assunto aqui. Felizmente, a realidade descrita neste post mudou e foca um horizonte rico na troca entre xícaras e panelas. Minha esperança é que, em 2013, as tramitações ganhem mais força e projetos concretos floresçam em diferentes partes do Brasil.
Popularização dos Concursos de Qualidade – esta é a prova concreta de que pequenos e grandes produtores buscam rentabilizar seu produto com produtos excepcionais. Os concursos de qualidade eram bem escassos há três anos, mas eles se multiplicaram em diversas regiões brasileiras. Sérios e bem disputados, o produtor com o café campeão pode até triplicar o valor da saca. Agora entendeu a popularidade deles?
Quando acompanhei um de perto, lá em Divinolândia, vi como o trabalho é levado a sério e como os juízes “sofrem” a experimentar mais de 80 amostras em doze horas. Se você estiver curioso em saber como eles funcionam, descrevi tudo neste post.
Outras regiões que foram destaque no café – muito se engana quem acredita que café bom vem apenas do estado de Minas Gerais. O destaque deste ano vai especialmente para a produção de qualidade do Espírito Santo e seu lindo trabalho com o café robusta e para diferentes regiões do Nordeste. Isso mesmo! Café nordestino é arretado de bom!
A presença da mulher na cafeicultura ganha força com o amadurecimento o IWCA – sim, nossas mulheres estão se organizando e os frutos já começaram a ser colhidos. Um exemplo disso é o trabalho social que as cafeicultoras de Divinolândia estão fazendo. Com o apoio local, muitas famílias estão sendo capacitadas e melhorando as condições de suas produções. O trabalho é de formiguinha, mas ainda vamos ouvir falar muito dessas meninas!
Falando em retrospectiva 2012 do café, o blog De Grão em Grão, do jornal O Estado de S.Paulo, fez um artigo bem interessante. Lá, oito especialistas no assunto fizeram um balanço que vale a pena ser lido aqui.
Esqueci de alguma coisa? Para você, o que devemos celebrar no mundo do café em 2012?
Kelly, com sua visão objetiva e clara, faz aqui uma retrospectiva acessível a qualquer leitor sobre o que 2012 apresentou de novo no cenário da indústria do café em 2012. E, jornalista de bom faro que é, consegue antecipar as tendências para 2013.
Obrigada pelo prestígio Josiane!!
Ter uma guerreira do café sempre por perto facilita a vida de qualquer jornalista. Você sempre tem um história empolgante e interessante para contar.
Que venha 2013 com mutias conversas acompanhadas de uma boa xícara de café =D