A literatura do café aqui no Brasil me intriga bastante. De um lado, temos o maior produtor de café do mundo e, do outro, um número limitado de livros que exploram o mundo cafeinado. Já listei alguns exemplos aqui, mas ainda acho muito pouco. Curiosa, fiz um teste. Fiz buscas em sites de grandes livrarias nacionais e internacionais com o termo “coffee book” ou “livro café” e me deparei com um paradoxo. Países como França e Estados Unidos, que não produzem café e a grande maioria das pessoas nunca viram um cafeeiro, contam com listas e listas de livros dedicados exclusivamente à cultura do café. A publicação The Coffee Book é um exemplo disso.
Além de trazer informações básicas sobre o trajeto dos grãos da lavoura até a xícara e sua história no mundo, o livro faz análises sobre a atual situação da indústria cafeeira mundial. Temas como exploração de trabalho e danos e soluções ambientais da lavoura são detalhados e debatidos em suas páginas. Uma leitura bacana para quem quer ir além das questões práticas do café. A parte chata é que ele está escrito inteiro em inglês. Acredito que esta é uma ótima oportunidade para editoras interessadas em fazer traduções e aumentar nosso leque bibliográfico.
Felizmente, existem autores brasileiros que se dedicam para mudar este cenário. Este é o caso da jornalista Giuliana Bastos e seu Dicionário Gastronômico Café com suas Receitas e de Edgard Bressani, que acabou de lançar a terceira edição do Guia do Barista – Da Origem do Café ao Espresso Perfeito. Tenho esperanças de que em um futuro breve, esta lista cresça… e muito!
Imagem: Divulgação.
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