Os portugueses, como dizia o antropólogo Gilberto Freyre tinham “sentido ecumênico” na gastronomia. Experimentavam todas as frutas de suas colônias e as levavam de lá pra cá. Hoje, essa expressão quase litúrgica poderia bem ser substituída por “sentido globalizado.” Nesses intercâmbios, ganhamos todos. Afinal, levar o caju para Goa na Índia e receber a manga foi um enriquecimento mútuo!
Como a melancia chegou aqui ainda é uma incógnita. Não se sabe se veio direto da África com algum escravo, o que duvido muito, afinal não deveria ser fácil transportar sementes nas condições em que eles vinham para cá. Portanto, estou quase certa de que elas tenham feito um pitstop em Portugal e, de lá, aportado aqui. Depois, ganharam o mundo. Os japoneses, danadinhos nas tecnologias de armazenamentos e transporte criaram a versão quadrada da melancia. Bela idéia para economizar espaço! Nunca vi nenhuma ao vivo, mas já fico imaginando cortes inusitados para as receitas.
Voltando para nossa sobremesa, comi essa gostosura em Taormina, na Sicilia (Itália) com flores comestíveis para enfeitar. Doce perfeito para ser praticado no Brasil, onde as melancias são fartas nos grandes e pequenos formatos. Gostosa e lindinha!
Ingredientes
• 1 litro de suco de melancia
• 80 gr de amido de milho Claramil (ou amido de milho que você encontrar)
• 200 gr de açúcar
• Lascas de chocolate amargo
• Amêndoas laminadas (ou castanhas de caju)
• Flores comestíveis
Modo de Preparo
Dissolva o amido e o açúcar no suco de melancia com um fuet, misturando muito bem.
Leve a mistura ao fogo e após fervura, deixe cozinhar por 2 minutos. Retire do fogo e deixe esfriar. Coloque em forminhas individuais ou num recipiente único, como você preferir. Leve para a geladeira e deixe até ficar durinho. Depois de desenformar, enfeite com flores comestíveis e lascas de amêndoas (ou castanhas de caju).
Dica: Umedeça a(s) forma(s) antes de colocar a gelatina.
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