Esta receita celebra o encontro da culinária brasileira e portuguesa. O milho, que já passou pelos dois países, ganha nomes e aplicações diferentes na gastronomia local. Na concepção geral brasileira, Xerém aparece como papa de milho em Pernambuco, mas em Portugal seu nome é conhecido como Xarém e tem origem árabe.
A receita mais clássica portuguesa é típica da região sul de Portugal, conhecida como Algarve, onde as ameijoas existem em abundância (nome coletivo para vários tipos de moluscos, que aqui substituí pelo vôngole). Os outros ingredientes podem variar: carne de porco, embutidos que só existem em Portugal e, principalmente, o toucinho. Mesmo com adição de diversos elementos, o ator principal aqui é a farinha de milho!
Ainda no embalo de Oswald de Andrade, da Flip, pensei em verter essa receita para os ingredientes locais. Carne seca; vôngole; tentei arriscar cachaça em vez de vinho, mas o sabor do vinho branco com o vôngole é incomprável, mantive. Este prato é bem antropofágico: várias culturas deglutidas e reinventadas num novo sabor. O nome da receita é uma homenagem ao Movimento Tropicalista, que certamente não teria resplandecido tão cadente e fagueiro se Oswald não houvesse aberto o caminho.
Ingredientes
• 2 xícaras de Flocão Claramil (ou fubá de milho grosso)
• 4 xícaras (chá) de água
• 1/2 copo de vinho branco
• 100 gr de bacon picado em cubos (ou carne seca dessalgada e cozida)
• 600 gr de vôngole com casca
• 1 paio sem pele (ou 200 gr de linguiça calabresa sem pele)
• 2 dentes de alho amassados
• 1 colher (sopa) de azeite
Modo de Preparo
Lave os vôngoles e deixe-os em água gelada por uma hora.
Refogue o alho no azeite, bacon (ou carne seca) e o paio (ou linguiça ) em uma panela até dourar. Reserve.
Cozinhe os vôngoles cobertos com água e sal até abrir as cascas. Escorra, tire as cascas e deixe-os por mais 5 minutos fervendo no vinho branco. Depois disso, reserve. Separe alguns vôngoles com casca para decorar o prato.
Numa panela funda, coloque 4 xícaras de água até ficar morna. Aos poucos, adicione o flocão (farinha de milho), mexendo sempre com uma colher de pau para não deixar grumos (pequenas bolinhas).
Quando estiver quase cozido, misture as carnes e o vôngole com o que restou do vinho. Mexa sempre para ficar uma papa. Sirva enfeitado com vôngoles em cascas e coentros picados.
As ameijoas em Portugal normalmente são abertas em azeite com alhos esmagados. Aquece-se o azeite com alhos (com casca apenas com um murro ou uma esmagadela para que abra, mas a casca não sai) quando quente deita-se as ameijoas e tapa-se com a tampa, abana-se para que elas abram melhor e quando estiverem abertas deita-se coentros picados grosseiramente. http://www.vinhoverde.pt/pt/gastronomia/receitas/… os meus cumprimentos _Ana Margarida Palmeira _https://www.facebook.com/ana.palmeira.18
Obrigado pela dica, Ana!
Desculpe esqueci-me que ai azeite é o óleo de cá, em Portugal Azeite é da azeitona que vem da Oliveira (ai no Brasil acho que é azeite de oliva) corrija se estiver errada. Obrigada!