Sempre gostei de observar os gestos de meu avô. Hoje, com olhos adultos nas velhas memórias percebo quanta vivência expressavam aquelas ações. Vindo da Módena – Itália, ele aportou no Brasil com seus pais e irmãos no começo do século XX. Aqui em São Paulo, apaixonou-se pelas novas geringonças da modernidade: filmadora e câmera fotográfica.
Quando criou sua Cia de Cinema, a Carrari Filmes, sua vida tornou-se itinerante, viajando pelas terras brasileiras com o objetivo de produzir documentários. Não sei dizer quais foram os hábitos alimentares que aprendeu depois de ter contato com tantas culturas imigrantes por esse Brasil afora, e quais já estavam em sua bagagem familiar. Um deles, lembro-me bem, consistia em colocar algumas gotinhas de Arak no café bem quente. Para quem não sabe, o Arak é uma bebida de origem árabe feita de tâmaras ou uvas fermentadas e destiladas e “temperada” com aniz.
Já que não podia experimentá-la por ser alcoólica, gostava de sentir o perfume daquela mistura: café e aniz. Quando começou o frio, lembrei-me de meu avô e seus rituais de esquentar o corpo com sabores exóticos. O cheirinho ainda permanece vivo em minha memória. Experimentem!
Stela! Adorei o blog ! E esse café me fez lembrar das fotos pros nossos rótulos a milênios atrás! 🙂
Bjao!
Deca, estou mais que super feliz!
Lembra, nossotros encontrando grãozinhos de café para que uma a foto ficasse perfeita! E a câmera 4X5 a bôa e velha Sinar com filme! Galgamos muitos anos.
E vc ter me escrito é muito bom, saber que esse meu amor pelo café ainda nos une!
Abraços,
Stela