Além de advogado, defensor dos direitos humanos, ganhador do prêmio Nobel e presidente da África do Sul, Nelson Mandela também foi apreciador de um bom chá. A revelação se tornou conhecida com a publicação da biografia Knowing Mandela: A Personal Portrait (ainda sem título em português), escrito pelo jornalista John Carlin – o mesmo autor da obra Conquistando o Inimigo, que inspirou o filme Invictus. Em 160 páginas, ele conta uma história que envolve a bebida, o destino do país e o líder político que morreu em dezembro de 2013.
O livro traz o depoimento do general sul-africano Constand Viljoen, que conta a conversa que teve com ele envolvendo a bebida. Em 1993, o militar era uma das principais figuras do governo responsável pelo Apartheid, enquanto Mandela lutava contra o preconceito racial. Foi aí que aconteceu o encontro dos dois – regado a muito chá.
O jornal Financial Times descreveu esse trecho:
Então Nelson Mandela o convidou para um chá. Quando Viljoen e outros três generais aposentados chegaram à casa de Mandela em Joanesburgo, esperavam que a empregada abrisse a porta. Em vez disso, um Mandela sorridente os cumprimentou, apertando suas mãos e expressando prazer em vê-los. Ele convidou Viljoen para uma conversa particular.
“Ele me perguntou se eu tomava chá”, disse Viljoen à John Carlin [autor do livro Knowing Mandela]. “Eu disse sim, e ele encheu minha xícara. Ele me perguntou se eu tomava com leite, eu disse que sim e ele serviu o leite. Depois, me perguntou se eu gostava de açúcar no meu chá. Eu disse que gostava e ele serviu o açúcar. Tudo o que tive que fazer foi mexer.”
O resultado de tanta gentileza? Convencer o general a desistir da violência e de uma iminente guerra. Em vez disso, Viljoen defendeu as eleições multirraciais – que foram vencidas por Mandela, instituindo a liberdade, a justiça e a democracia na África do Sul.
Quem diria que o chá faria tanta diferença para uma nação?
Por: Lucas Tavares
Imagem: The Independent
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