Como pode um personagem fictício, criado para “vender” o café colombiano, pode ter uma conta de twitter, facebook? Melhor: ele também tem um blog (aqui) atualizado regularmente em dois idiomas, espanhol e inglês! Estou falando do famoso Juan Valdez, que depois de 40 anos intensos dedicados às campanhas de comunicação de marketing, representa o café da Colômbia.
Como pode? Simples meus caros: estratégia de marketing! E as mídias sociais são apenas mais uma ferramenta que a Associação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia encontrou para continuar seu belíssimo de trabalho de comunicação e venda de marca.
Foi assim, vendendo seu peixe…quer dizer… seu café, que a Colômbia conquistou grandes mercados como os Estados Unidos e virou referência de qualidade na Europa nos últimos anos. De acordo com este post do site Estratégia de Marketing, a Colômbia costuma investir cinco vezes mais que o Brasil em campanhas de marketing. “O investimento nacional nessas campanhas é ainda pequeno, por volta US$ 8 milhões ao ano para os cafés especiais”. Já a Colômbia investe US$ 40 milhões por ano para vender seus cafés.
O que nós, produtores de café, baristas, torrefadores e jornalistas, podemos para mudar este cenário? Aprender com nosso vizinho, oras! Observar o que deu certo e achar nosso meio de vender o café brasileiro. Por acompanhar diariamente as mídias sociais, vejo que já tem gente fazendo sua lição de casa. Este é o caso da comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira e das meninas do IWCA, mas ainda temos uma longa estrada para caminhar. O que falta? União. No caso colombiano, a marca Juan Valdez representa mais de 500 famílias. Porque não fazemos o mesmo?
Tomei conhecimento que o pessoal do Café do Cerrado tem feito um bom trabalho neste sentido, mas não vejo forte presença em eventos nacionais e internacionais. Também não há uma boa presença na internet. Existe um site simples (aqui) sem informações sobre seus trabalhos e avanços. É um começo, mas longe de uma realidade ideal.
Outro detalhe importante. Vamos vender o café de uma região ou do Brasil? A marca Cafés do Brasil também existe e tem até seu logo estampado nas sacas de café, mas o que eles tem feito para vender nosso “ouro verde”? Tenho algumas respostas, mas este é assunto para outro post.
Se você tem considerações sobre o assunto, registre nos comentários deste post!
Imagens: facebook e twitter da marca Juan Valdez
Vocês só esqueceram do trabalho pioneiro do blog Café & Conversa : )
Jamais esqueceremos o ótimo trabalho do blog Café & Conversa Ricardo!
Minha pergunta foi mais diretamente para quem coloca a mão na massa de fato… quer dizer, mão no café. Quando escrevi este texto, pensei nos produtores, baristas, torrefadores, empresários cafeeiros. Entendeu?
Obrigada por passar por aqui 😉
Abraços.
Oi, concordo perfeitamente com sua colocação a respeito do "Café do Brasil" e da valorização de uma marca forte, resultado da união de produtores na promoção do nosso café brasileiro. Um exemplo desta falta de informação e divulgação é q no Chile, não são muitos os q conhecem a qualidade do nosso café, geralmente acham q o melhor é o Juan Valdéz de Colombia….mas qd provam do nosso….hum, acham um luxo! Pena q lá, o melhor café vai de avião na bagagem dos viajantes, qd sorte levam de presente!
Olá Leila!
Mesmo tendo a cafeicultura como um negócio (fonte de renda) bem antigo, acho que estamos aprendendo a "vender o peixe" só agora. O primeiro passo que deve ser dado é a conscientização do mercado interno. Quando consumidores exigirem qualidade em território nacional, esta realidade vai mudar!
Obrigada pelo comentário 😉